CGI & VFX
William Fetter era diretor de arte em computação gráfica e trabalhava para a Boeing na década de 60. Ele foi o primeiro a usar o termo CGI para representar a área da informática que trata da geração de imagens em computadores. A tecnologia existe desde a década de 1950 para fins acadêmicos e militares, mas foi na década seguinte que se popularizou.
O avanço da tecnologia permitiu que fosse usado em muitas outras áreas de aplicação, como no Cinema. Hoje, mesmo uma cena simples pode ter bons recursos de CGI envolvidos em sua criação, pois além de tornar desnecessárias as gravações em locações externas, permite a elaboração de cenas que de outro modo seriam impossíveis.
Um dos primeiros filmes a usar essa técnica foi Star Wars - Uma Nova Esperança, de 1977. Os filmes da saga acabariam por ser referência no uso de CGI para criação de efeitos especiais, em grande parte por causa de sua empresa, a Industrial Light and Magic (ILM), uma subdivisão da Lucas Film para efeitos especiais, e responsável pelo desenvolvimento de novas câmeras e modos de filmagem.
No primeiro Star Wars, foi usado pouco mais de 40 segundos de computação gráfica, na cena em que o líder da frota rebelde mostra a planta digitalizada da Estrela da Morte, mas a tecnologia da época (avançadíssima para os padrões até então) exigiu diversas semanas para que a cena ficasse pronta. Mesmo assim, estava dado o passo inicial rumo a uma revolução. Bastidores da cena
Em 1982, os estúdios Disney inovaram e marcaram a história da CGI cinematográfica com o filme TRON. O filme, que conta a história do hacker Kevin Flynn lutando num mundo inteiramente digital, foi o primeiro filme a usar a CGI em larga escala. No entanto, diferente das animações atuais, TRON não foi totalmente animado em computação gráfica. O que o estúdio fez foi criar digitalmente diversas cenas e frames de elementos do filme (motos, cenários, luzes) e animá-los ao modo tradicional. Um exemplo: para as motos que aparecem no filme, foram criados diversos modelos 3D, cada um representando o movimento delas em cena; depois, usando técnicas de animação 2D, os modelos eram unidos para se criar as cenas.
Hollywood acabou se tornando a principal investidora do segmento. A própria ILM, que havia feito Star Wars, nos brindou com verdadeiros ícones do CGI logo no começo da década de 90, como o robô T-1000 de "Exterminador do Futuro II", que combinava cenas reais com o andróide de metal líquido, e os dinossauros de "Jurassic Park", que novamente quebrou barreiras ao não só criar um personagem imaginário em cena, mas recriar um ser vivo, de ossos, músculos e movimentos, camada por camada, totalmente feito pelo computador. Esse processo de modelagem acabou se tornando padrão para os efeitos cada vez mais realistas que víamos no cinema, desenvolvidos agora a semelhança da vida real.
Nesta mesma época, ainda no auge dos dinossauros de Spielberg, chegou aos cinemas "Toy Story", que foi o primeiro longa de animação totalmente digital! Guiados pelo animador John Lasseter, que anos antes trabalhava para a própria ILM no desenvolvimento de pequenos curtas para pesquisa em um departamento que viria a se tornar a Pixar Animation Studios, e contando com uma boa ajuda financeira da Disney, o filme comprovou que a combinação de arte + CGI poderia render obras-primas e ainda ser muito lucrativa.
A captura de movimento, apesar de usar CGI avançada, tem por trás um conceito bastante simples: o ator veste uma roupa especial que contém várias marcações, que serão utilizadas depois pelo pessoal da CGI. Em seguida, ele atua normalmente, sendo que câmeras adaptadas captam seus movimentos. Depois, na pós-produção, a imagem do ator é substituída pela imagem do personagem desejado. "Star Wars - A Ameaça Fantasma", de 1999, foi o primeiro filme a contar com um personagem inserido com a técnica, o personagem Jar Jar Binks. A técnica, porém, deu o passo para personagens como Gollum/Smeagol, de Senhor dos Anéis, além dos seres fantásticos de Avatar. O avanço da técnica permite que o ator ganhe uma ferramenta a mais na composição de seu personagem, mas sem perder os elementos de sua atuação. Isso serve tanto para uma criatura fantástica, como capitão Davy Jones, de Piratas do Caribe, ou até mesmo a armadura do Homem de Ferro.
Glossário:
CGI = Computer Graphic Imagery (Computação Gráfica)
VFX = Visual Effect (Efeitos Visuais)
Texto original: https://canaltech.com.br/o-que-e/software/O-que-e-CGI-e-computacao-grafica/
Vídeo com os efeitos de CGI do Cinema e TV.